Que saudades
Que saudades eu tinha do Cais das Colunas.
Ver o Tejo a passar entre as margens ligado,
o Terreiro do Paço; o Martinho d’Arcada
e o Fernando Pessoa com poemas no olhar
Que saudades eu tinha da cor amarela
a imperar altivez no Terreiro do Paço.
Do espelho das águas, onde D. José
cavalga incessante presenças e mágoas
Já larguei meu barco, soltei-lhe as amarras
aos tapumes preso e muros de paisagem,
Lisboa navega e brinca no cais,
saudando no Tejo a constante viagem
Passadeira vermelha ao povo estendi,
salão de visitas tão cheio de sol
e vejo passar todos por aqui;
nobres do trabalho, no Paço Real.
30/10/2010
Mavilde Lobo Costa
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