Se eu morrer?
Se eu morrer
será voando a cortar o infinito!
Talvez morra de repente feita bola incandescente
ou morra só de apetite.
Se eu morrer nesta viagem palpita-me a ansiedade,
fazer Jordânia abordagem em desertos de miragem
e Petra curiosidade.
Se eu morrer não votarei nesta guerrilha de silvas
onde a vaidade faz lei!
Saem sorrisos amargos, juízos onde já dei
afectos de abraços largos.
Se eu morrer toquem trombetas!
Cantem os corvos e pombas
no medir das ampulhetas
No mar liso esqueço as lombas
de estradas alcatroadas
e picar de malaguetas
Se eu morrer levo as penas de touras lides de arenas
pegando a vida de caras
Na dança das macarenas, as farpas das bandarilhas
disfarçadas de mantilhas
em crimes de “aves raras”…
22/05/2009
Mavilde Lobo Costa
CarmenZita
(In Versos brancos com riscas)
imagem tirada da net
Mar revolto
Bravo revolto e inquiridor
com sombras negra e vozes sibilinas
cor de vento
hoje o mar altivo é um deus senhor
Neptuno ou Zeus
qual ditador
Mussolini, Salazar,
Adamastor
Hoje o mar é bruto,
tenebroso e barulhento!
É desgaste de pancadas agressivas
Boca do inferno enraivecida
É arma de matar, violador,
assassino sanguinário
enfurecido
Hoje, não há peixes e nem há homens
os barcos ficam nas docas foragidos
com medo das más disposições do mar
que da alma espuma vagas desmedidas
CarmenZita
09/08/09
Mavilde Lobo Costa
(In Escritartes, A Arte pela escrita dois)
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