Sábado, 16 de Janeiro de 2010

Haiti

 
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Haiti

Desce-me a tristeza pra dentro da alma
por ver os humanos tão desprotegidos
abala-se a vida em tremores de terra
e tudo desaba em órfãos meninos

e tudo acaba naquele minuto
de escombros perdidos
e muita agonia
são corpos sem vida
esmagados, partidos,
no cheiro a carne
já pútrida e fria

miséria, desgraça,
inclemência que chega!
não lhe vejo a origem só a conclusão:
em forma de embalo-de-berço caiu,
no povo do Haiti
tornado traição.

aguardam ajuda que tarda em chegar
pavor em legendas a quem os socorra
órbitas já mortas, fugidas do olhar:
parecem Sodoma, lembram-me Gomorra!...

15/01/10
Mavilde Lobo Costa

 

música: Requiem
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publicado por carmemzita às 00:19

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Domingo, 3 de Janeiro de 2010

Passagem de Ano para 2010

 

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Passagem de Ano para 2010

 

Cheirou-me a caril, a canela, a carmim
A um mundo de cores e bordados de fogo
Cheirou-me a bebinga, a chamuça, a jasmim
E provei os sabores da dança de um povo

 

Dos três continentes provei a mistura
Mais bela e ousada, que Deus permitiu
Da Índia a beleza, de África a bravura
Língua portuguesa que a saudade despiu

 

Músicas da infância, nostalgias antigas
Um pouco passadas neste ritual
Um toque indiano, batuque africano
Ritmo dengoso muito sensual

 

E vi olhos grandes de negro pintados
Em pele multicor que o homem gerou
E cabelos lisos e encaracolados
Sabores chocolate que o amor bronzeou

 

Vivi Moçambique na dança do tempo
Que o capim da história, fez colonial
Vi Goa e Damão nas rezas do templo
Mas nos corações, só vi Portugal!...

 

03/01/10
Mavilde Lobo Costa

 

música: merengue
publicado por carmemzita às 20:44

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Sábado, 2 de Janeiro de 2010

Aquário

imagem tirada da net

Aquário

 

Sentados,
em exíguo espaço de sofá exclusivo
mirando o passado e a vida a extinguir-se
meditam, de olhos fechados
em nada pasmados
sem abrir o olhar
São peixes cinzentos daquele aquário
perderam o brilho e a cor tropicais
Comer e dormir
enquanto respiram
a mais nada aspiram
nas vidas banais
Os filhos cresceram, fugiram, fruíram
repetem no ninho suas novidades
Os pais já morreram e também partiram
no ciclo da roda, que engrena  a idade
Cumpriram missão e tudo correu
foi um vendaval
de anos sem contagem,
Só recordações
e escuro breu
se vê na falésia
onde havia coragem
O corpo pesado não sai do lugar,
as pernas caducas de tantas passadas,
nas mãos as artroses que dão nós nos dedos
e atam segredos
com sangue de aragem
Meus velhos, meus sábios que pouco enxergamos
na cegueira voraz que a pressa consome
Que é do respeito, da calma, da paz
que só em morrendo, se deseja ao homem?

 

02/01/2010
Mavilde Lobo Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por carmemzita às 22:56

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